domingo, 9 de setembro de 2012
E CADA UM FAZIA...
Juízes 21.25: “E cada um fazia...”
Um caminho para fracassos e ruínas.
Esse é o versículo que
não apenas conclui o Livro dos Juízes, mas que também caracteriza um período de
instabilidades. Um texto que define bem o desastroso caminho que leva uma vida ou um povo a descarrilarem para o fracasso e as ruínas. Esse versículo nos mostra o resumo
explicativo das terríveis condições nas quais aquela geração do povo de Deus
estava experimentando. Em outras palavras, pode-se dizer de “uma geração
vivendo isolada e alheia de duas de suas importantes e insubstituíveis fontes
de autoridade”.
O versículo em pauta
diz: “Naqueles dias, não havia rei em
Israel; e cada um fazia o que lhe parecia certo.” (NVI).
Esse texto possui
alguns detalhes para os quais devemos atentar bem. Primeiro, o contido na
expressão inicial “Naqueles dias...”. Aqueles foram dias de profunda
obscuridade e de passos coxeantes daquela geração. Aqueles dias não
permaneceram até o fim. Foram apenas dias contados. Foram dias que marcaram um
período que recebeu o seu final. A expressão “Naqueles dias” está apontando
também para uma observação mais específica de que as coisas estavam ocorrendo
no cotidiano habitual, costumeiramente, diariamente.
Segundo, o contido na
expressão subseqüente “...não havia rei em Israel...”. Aqueles foram dias
pesados e tenebrosos administrativamente, socialmente, legalmente,
religiosamente e politicamente. Aqueles foram dias nos quais aquela geração esteve
vivendo sucumbida e sem estar debaixo de uma autoridade superior sobre si. Um
período debaixo de uma forte anestesia produzida pela insensatez e pela
insensibilidade. Um período sem uma autoridade humana estável e constituída
pelo Senhor para liderar o povo.
Terceiro, a expressão
que encerra o versículo diz: “...e cada um fazia o que lhe parecia certo”.
Aqueles foram dias nos quais aquela geração estava vivendo espiritualmente fria
e divorciada da Palavra de Deus. Um período no qual cada pessoa agia e fazia
como bem entendia, como lhe parecia ser o certo. Um período no qual cada pessoa
se guiava pelo seu bom senso individual. Cada decisão pessoal era movida por
uma visão particular. Um tempo no qual cada pessoa se conduzir por sua própria
lei pessoal regrada pelo “eu acho que seja melhor assim”. O bom senso é extremamente útil, contudo tem os seus limites. E quando aplicado com visão isolada se torna um elemento para tropeços. Se faz em bênção quando está norteado pela
Palavra de Deus.
Os resultados daqueles
dias deixam estampados os passos para o caminho do fracasso e das ruínas. Que
desastre, que caos, viver sem regras, sem limites, sem proteção, sem ordem e
sem observância de prescrições. Uma falsa liberdade movida pelas forças do
descaso, da impiedade e da ignorância. Um panorama no qual predomina a tragédia
do “onde ninguém é de ninguém”, e do “nada tem a ver com nada”. Vivendo assim,
toda e qualquer pessoa ou grupo não vai muito longe e nem sobrevive com
segurança e estabilidade em sentido algum.
Esse é o panorama que
mentalidades hodiernas, movidas por satanás, tentam promover com pretensas saciedades
acobertadas por uma falsa liberdade, uma liberdade inconseqüente e desajuizada.
Um tipo de liberdade sustentada por decisões e preferências concentradas no
particular insensato e incoerente. Das insensatas decisões, a pior delas é a preferência
por tentar viver ilhado, guiado e confiante em suas próprias opiniões
particulares.
Esse versículo bem
pode ser resumido em uma única palavra – Individualismo
-. Aquele tipo de individualismo levou aquela geração ao fracasso e a ruínas. Dessa
mesma forma têm sucumbido milhares e milhares de vidas ao longo dos anos. Aquela
era uma manifestação em forma coletiva da mesma atitude primária que levou
nossos primeiros pais ao caminho da queda no Éden. No individualismo não há
espaço para Deus e muito menos para qualquer pessoa. No individualismo
predomina e determina o egocentrismo, posto que este é a marca-mor do
individualismo.
Aquele tipo de individualismo
arrasta a supervalorizar a pessoa e desconsiderar o importante papel da
autoridade e a essência vital da tradição, como elementos fundamentais que os prescrevem
e demarcam. O individualismo leva ao afastamento dos padrões de conduta
prescritos nos pactos estabelecidos. Enfim, o individualismo é uma preferência inconseqüente
que lidera para o fracasso e para ruínas.
Todas as vezes que
indivíduos isolados ou grupos tentam fazer a si mesmos a sua própria autoridade
e com isso proceder conforme suas próprias opiniões particulares, os resultados
nunca foram dos melhores e muito menos bons ou aceitáveis. Assumir a posição de juiz isolado sobre o que
entende ser certo ou errado é um prenúncio de perigos a vista. Pessoas, grupos,
reinos e impérios que assim tentaram fazer foram tornados em ruínas.
Aquele tipo de
individualismo leva ao desastroso caminho de práticas desregradas e
conflitantes com a Palavra de Deus e afrontosas contra a Sua autoridade e
contra a natureza do Seu santuário. O individualismo é uma forma hostil e grotesca
de desprezar a autoridade de Deus, as Santas Escrituras e as demais pessoas. O
individualismo é também a patente da incredulidade e da alienação. Aquele tipo
de individualismo despreza os referenciais, envilece, degrada e afasta a alma dos
valores ensinados na Palavra de Deus.
Parece que estamos
vivendo também dias semelhantes aqueles do tempo do Livro de Juízes. O Senhor
deu graciosamente o honrado privilégio de alguns para a posição de liderança e
de destaque. Isto é inteiramente percebido e compreendido. Contudo, aquele tipo
de individualismo parece estar levando algumas mentes a serem movidas e
forçadas por preocupações e a se conduzirem da mesma forma que aquela geração.
Líderes sendo
forçosamente motivados por espantoso e pressuposto medo de evasões, “acham por
certo” introduzirem pretensiosamente elementos estranhos e desconexos com a
natureza do ambiente de culto. Líderes que deveriam zelar pelas
responsabilidades do ofício e de sua chamada para aperfeiçoarem a outros, tiram a
vista de sobre Aquele que os chamou e se curvam e declinam aos ditames da
atratividade para modernização de cultos.
E que dizer da
introdução das coisas velhas do Egito (mundo) no Santuário, com a falsa ilusão
de achar que o que fazia na velha vida vai continuar fazendo “para Deus”. Seria
essa a visão que agrada a Deus, como pautada nas Escrituras? A estratégia de promover
agitação e embalos nos públicos do Santuário é o que prescreve a Palavra de
Deus para os propósitos vitais do culto? Afinal, o culto é para o Senhor conforme as Escrituras, ou seria para
satisfazer ao nosso ego? Quando o “eu acho que parece certo” bate à porta e
entra, logo depois aparecem os frutos desastrosos da ignorância generalizada.
A pretensão carnal e
única de levar os públicos ao delírio nos cultos promove crescimento ou
inchaço? Edifica ou produz um fruto estranho e insipiente contra a realidade da
vida cristã? Na presença do Senhor há fartura de alegria produzida pelo prazer
nEle, ou de delírio fustigado pelo fogo estranho trazido ao altar? Criar
estratégias para entretenimento e excitação eufórica nos públicos dos
santuários com o objetivo sutil de ganhar números, de lograr aquiescências e
levá-los para o terreno da distração é o propósito para o qual o culto se
destinaria?
E que dizer da igreja
do entretenimento, cujas justificativas para substituição da liturgia parecem declarar e promover a marca patente do individualismo que permeou e campeou naqueles
dias dos juízes? Algumas mentes alegam “mudanças de liturgias”, outras anunciam
“implantação de um novo ministério”. A Bíblia Sagrada está repleta de exemplos de
pessoas inconseqüentes e incoerentes que, cegas por pretensões e abusos, se destroçaram
a si mesmas no caminho do fracasso e da ruína. Pena que em alguns desses “ministérios”
o exemplar dela parece estar menos ouvido, posto que também menos examinado e
notavelmente menosprezado.
Aquele tipo de
individualismo despreza a autoridade bíblica e favorece lugar para a
duplicidade de caráter imperar, comandar e coordenar em lugar dos marcos
antigos recebidos dos nossos antecessores. Ora se configuram nos moldes do
santuário e ora se assemelham aos profetas modernos da pós-modernidade. Como o
rei Acaz, se vão de mal a pior, de fracassos em fracassos e de ruínas em
ruínas.
E que dizer da
desastrosa presença daquele tipo de individualismo devassando alguns sites “cristãos”
na internet? Alguns, se dizendo evangélicos usam grandes espaços em suas
páginas ocupando-os com notícias e artigos que mais promovem a vergonha,
alimentam o escarnecimento e fomentam intrigas do que deveriam produzir
edificação.
Na internet aparecem indivíduos,
grupos e sites travestidos de evangélicos. Deveriam literalmente possuir uma
divisa cristã e uma proposta de anúncio sábio, inteligente e ao mesmo tempo
enfático, da mensagem do Evangelho. Mas, pelo contrário, parecem deixar
demonstrado que suas metas estão dirigidas por pretensiosas estratégias parcimoniosas,
mescladas por interesses estranhos e alheios aos ensinamentos do Evangelho de
Cristo.
Por que optar por
fazer o que parece ser certo? Se já temos o modelo certo ensinado na Palavra de
Deus? Por que abriríamos mão da Palavra de Deus para ceder lugar a mudanças
insensatas, incoerentes e desconexas? Definitivamente, não cedamos ao caminho
que precede fracassos e ruínas.
PbGS
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