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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pregação e Picaretagem – palavras completamente antagônicas.

PREGADOR E PREGAÇÃO:

Parte I - Pregação e Picaretagem – palavras completamente antagônicas. 
No mês passado recebi um telefonema de um bom companheiro evangelista, um desbravador incansável, cujas atividades têm tido a relevante eficácia em auxiliar o seu campo de trabalho devido ao fato de seu ministério estar sistemática, direta e persistentemente concentrado na pregação. E reunindo os diversos fatos aos seus enfoques elementares, reservo estes minutos em tomar esta oportunidade para falar de um dos assuntos que para alguns têm sido um tanto evitados e encobertos e para outros são fortemente oportunos e adequadamente cabidos.


E também em atenção ao que muitos companheiros, entre jovens e experientes, têm citado e exaustivamente comentado através de variados meios de comunicação interativa, e venerando e respeitando a todos os escritos de meus antigos mestres e dentre eles os mais experientes veteranos que ainda neste tempo militam reconhecidamente como pregadores, me faz mister sob os sensos de responsabilidade ética e de profundo amor pelo ministério da pregação vir tomado por certa e considerável medida de ousadia e de coragem para a partir deste artigo lhes tecer algumas linhas específica e essencialmente sobre o tema “Pregador e Pregação”, iniciando este com o sub-tópico “Pregação e Picaretagem” – um título aparentemente estranho e desconfortante, mas absolutamente cabido e adequado ao momento.


Proponho-me com este artigo iniciar um breve comentário seqüenciado em duas partes, pautado à guisa de importantes e comprovadas experiências e vivências não particulares, não individuais e muito menos de teóricas resultantes de reflexos de leituras compartimentalizadas, pretensiosas ou tendenciosas.


Nesta primeira, pretendo lhes falar somente sobre a pessoa do pregador e na segunda, exclusivamente sobre a mensagem da pregação. Na verdade, um tema contendo dois bons, substanciosos e exeqüíveis sub-tópicos.


Inicio, pois, por lembrar dos conselhos úteis de alguns renomados e expressivos pregadores do passado, cujas atividades marcaram gerações de novos e sucessivos pregadores, haja vista que o êxito nunca tem seu início no futuro – este apenas revela e desponta a colheita e o clímax daquilo que fora semeado desde antes no passado.


Apesar de terem sido escritos e publicados em épocas um tanto antes da nossa, são tão urgentes e permanecem tão atuais para estes dias e mais especifica e especialmente para ocasiões como esta na qual movido pelo zelo cuidadoso e incentivador tenho a liberdade de me dirigir a outros meus pares companheiros pregadores.


Eis alguns desses conselhos colhidos e citados publicamente por respeitados e honrados pregadores e ensinadores, expressivos servos de Deus, amantes apaixonados pela homilética e pela retórica que este país já conhecera:


O primeiro – “Prega primeiro para ti mesmo e depois pregarás com autoridade aos outros”;


O segundo – “Procura somente o bem das almas e a glória de Deus”; e


O terceiro – “Tua vida fala tão alto que não se pode ouvir os sons das tuas palavras”.


Com estas pequenas pérolas iniciais, como prometi acima, me ponho neste artigo a responder a questionamentos comentando alguns pontos sobre o ministério da pregação – mais especificamente no que tange à vida pessoal do pregador – haja vista a enxurrada de desmerecimentos que vez por outra são forjados para tentar ameaçar e lançar arrojos contra os pregadores sérios, homens de Deus a quem de fato Ele levantou para servi-lo responsavelmente nesta grande obra.


Na verdade, não sou tão de hoje, e acredito piamente que estes meus mais de vinte e cinco anos de jornada de pregação em púlpitos, e ao ar-livre a noite exercitando a prédica com o fervor e atendendo ao chamado e a vocação cooperando juntamente a homens obreiros simples e desbravadores destemidos e quase anônimos como eu, em praças da cidade do Rio de Janeiro na década de 80 e início dos anos 90 (Praça XV-Centro, Largo da Carioca-Centro, Praça Cinelândia-Castelo, Praça Tiradentes-Centro, Praça Largo do Machado-Laranjeiras, Praça São Salvador-Laranjeiras, Largo-calçada entorno da Central do Brasil-Centro, Praça Rio Grande do Norte-Engenho de Dentro, Largo Camarista Meier-Meier, Praça Mauá-Centro, Largo da Água Santa-Piedade), e somando também minha pequenina contribuição ativa nas atividades auxiliares das campanhas e cruzadas evangelísticas naqueles anos na cidade do Rio de Janeiro, me fazem convicta e confortavelmente traçar algumas linhas incentivadoras e ao mesmo tempo esclarecedoras sobre o assunto-tema.


Tenho a justa e clara visão que de forma alguma nossos caros colegas pregadores mais experientes e veteranos em algum momento na leitura deste artigo e no próximo desta sequência de comentários deixariam de lembrar os caminhos pelos quais trilharam, bem como as lições de vida que os têm feito cada vez mais sábios e mais seguros diante de semelhanças com as que encontrarão citadas nestes artigos. Não tenho a pretensão de aferroar os itinerantes (ao contrário, eu os honro e reconheço-os pelos seus sacrifícios pessoais inerentes à obra que Deus lhes confiou), nem de desmotivar os novos e os leigos, pois cada um deles possui suas próprias patentes desde os seus primeiros passos na trajetória de pregação.


Claro e honesto fica, que todos sentimos contentes quando alguém nos encoraja, nos incentiva, nos orienta e nos transmite algo que nos impulsiona a seguir cada vez mais adiante, mas bastante maduros e responsáveis somos para reconhecer nossas próprias fragilidades e limitações e entregar os méritos para Aquele que nos chamou, vocacionou, preparou e levantou nesta e para esta tão grande e importante obra – a pregação da Palavra de Deus.


A vida é extrema e absolutamente dinâmica, e seja por esta causa que a cada tempo retornamos à necessidade de efetuar reciclagem e revisão de tudo quanto havemos aprendido e experimentado ao longo dos anos, a fim de que diante das constantes e novas necessidades do presente nos renovemos e sejamos mais eficientes e eficazes no que Deus nos confiou a realizar na Terra. Algumas coisas realmente devem ser deixadas para trás, sou plena e conscientemente concorde a isto, entretanto outras precisamente devem ser conservadas, mantidas e veneradas, sob pena de perdermos os nossos marcos-norte e singrarmos em rumos absolutamente divergentes daqueles a nós propostos e claramente indicados pelo Senhor Deus. Por negligenciar esta linha de ação, multidões entram em processo contínuo de descaracterização até perderem seus pontos cardeais e suas identidades, passando a conceberem aceitações contrariamente ao que deveriam sobriamente reprovar e rejeitar.


Uma das ações degenerativas provocadas pela prática do pecado é o enfraquecimento de bases espirituais e comportamentais e a conseqüente perda de sensibilidade e o menosprezo ao significado e importância da pregação e do ensinamento genuínos e imparciais da Palavra de Deus. Para algumas pessoas que se titulam como “pregadores”, o sério perigo ronda os seus passos e espiam suas práticas em cada lugar que pisem as plantas de seus pés na pregação ou fora dela. O ato de copiar as práticas de alguém, seja este quem for e seja famoso ou não e evidente ou pouco expressivo, cujas ações conflitem com os princípios bíblicos e estas não condigam com aquelas próprias e naturais do ministério da pregação, pode a qualquer momento serem colocadas no páreo e na igualdade com a picaretagem – uma palavra um tanto dura e desconfortante -. Para tanto, o tempo se encarrega de paulatinamente seguir promovendo as claras revelações além das dos atos pregressos, também das dos ocorrentes, próprios do picareta e suas picaretagens. Digo picaretas e suas picaretagens porque em nada têm em comum com a natureza e essência de pregadores e de pregações, ainda que se utilizem de algumas tribunas e púlpitos para sustentarem seus espíritos de aventuras e de ganâncias das mais diversas e enrustidas.


Ao passo que os fatos revelam e comprovam a necessidade de repetidas vezes voltar didaticamente ao passado para a partir do que fora nele semeado e colhido, valer precipuamente salientar as razões como fatores que trouxeram êxito e eficácia na prédica. Na verdade os tempos de fato mudam e com eles as pessoas e a visão de mundo ganham amplitude também, haja vista que a vida é uma sucessão de causas e conseqüências – dentre outros, este é um princípio dos quais nenhum de nós poderia se isentar.


Enquanto uma multidão de pregadores e ensinadores foca e contenta-se apenas com o momento do púlpito como o fim único de seu trabalho, as multidões apresentam seus clamores de fome e sede de profundas e reais mudanças e de vida espiritual pela Palavra de Deus. E suas carências e debilidades espirituais se arrastam e comprometem as suas estruturas de fé por também não serem potencialmente tratadas pelo conteúdo das mensagens e por vezes pela negligência ou inexperiências da pessoa do pregador. Seja por isto que para uma multidão de “pregadores” seja mais prático e fácil manipular as emoções momentâneas de públicos para eles como única e principal linha mecanicista e automática de trabalho oratório para obter os aplausos e aprovações momentâneas, porquanto desta forma lhes sejam mais promissor o manterem-se conformados e divorciados de uma vida sacrificial e exaustiva como o é a própria do ministério da Palavra como pregador ou ensinador cristão.


A experiência e a vivência dão as mãos a produzirem valores extremamente apreciáveis, bem como habilidades e capacidades valiosíssimas na vida de um pregador ou ensinador cristão que servem de marcas para gerações inteiras. Nada mais eficazes do que o tempo e a prática palmilhados diuturnamente por uma vida de entrega e dedicação realmente efetivas para ofertarem as devidas e esperadas preparação e prontidão de um pregador e fazê-lo pronto e adestrado para o lindo, sublime e honrado trabalho no ministério da Palavra. Enquanto encontramos gerações de pregadores que no passado foram, e no presente uma boa e expressiva parte consegue paciente e perseverantemente sê-lo, preparadas e levantadas no calor íntimo da “sarça ardente” e por conseguinte suas vidas e mensagens expressarem os claros e patentes compromisso e inteireza com o Céu, por outro lado deparamos com a trágica tentação do automatismo e do mecanicismo seduzindo e abraçando uma multidão de “pregadores” que falsa e equivocadamente pensam que tudo se resume no púlpito no qual muitos o fazem lamentavelmente interino e descartável. Na verdade quando falo de tempo e de prática, desejo implicitamente lembrar que estes dois fatores por si somente não são os únicos a trazerem os pregadores ao fim almejado na prédica. Há de se terem aliados a estes as ferramentas necessárias e as oportunidades confiadas, a constância e predisposição para embasar primeiramente uma vida cristã sólida, constante, frutífera e edificadora em conteúdo e em vivência, como também de forma alguma poderia esquecer o que meus bons mestres no passado me foram generosos e persistentes em muitas vezes repetirem os conselhos práticos mesclados aos fundamentos e ao esforço perseverante de didaticamente fazerem seus alunos visualizarem cada vez mais progressivamente do que antes até que lograssem o êxito e atingissem os objetivos propostos ao efetivo aprendizado e ao seu aperfeiçoamento resultante. As gerações de nossos patriarcas estão passando e nelas ao mesmo tempo que nos cativam, nos alertam e também nos ensinam e nos oferecem rastros e trilhas maduras, firmes e inesquecíveis, capazes de nos fazerem caminhar mais próximos e agarrados ao Senhor que nos adestra para a peleja, nos aperfeiçoa para a guerra e nos leva a realizar uma semeadura equilibrada e eficaz.


A pregação não é uma arte simplória de elocução, como uma multidão de “pregadores” forçosamente tentam fazê-la. A eficácia e o poder da pregação não consistem em arranjos e técnicas, nem em apresentações de talentos na oratória ou na expressão oral devida à uma capacidade de elocução desinibida, às vezes inata e às vezes metodicamente aprendida e condicionada. O terreno onde se inicia a eficácia da pregação poderosa é a própria vida do pregador.


Uma pessoa artística pode ser altamente conhecida pelos seus muitos descomprometimentos na sua vida moral particular e no entanto ao assumir os palcos artísticos serem arrasadoramente aplaudidas pela sua arte de desempenho de um papel completamente antagônico aos seus princípios e estilo de vida moralmente inescrupulosos e descomprometidos. Sua prática de vida diária pode não coadunar em coisa alguma diretamente com o que representa em público.


Porém quando se trata de pregador e pregação, terrenos como esses acima jamais devem ser palmilhados por quaisquer que sejam as ofertas, intenções e vantagens aparentes ou não, pois tal maneira de viver e lidar com as coisas sacrossantas fatalmente impedem e detratam o impacto de um ministério de pregação eficaz.


Tive a honra, a oportunidade singular e realmente posso afirmar ter sido um privilégio de nos meus primeiros passos na vida de preparo, ter ouvido de um ilustre mestre a leitura de uma frase que naquela ocasião escrevera no quadro de giz – “A vida de um pregador é a vida de sua pregação” -. Esta proposição é sem dúvida particularmente verdadeira na vida diária de qualquer um que acessa as tribunas e púlpitos como pregador e não “pregador”.


Cada vez mais que o pregador avança o espaço em sua frente, em conseqüência vai indubitavelmente sendo mais conhecido pelas gentes individualmente e pelos ouvintes publicamente. Isto ao passar do tempo pode diminuir ou aumentar a sua influência conforme a qualidade de suas práticas na sua vida diária conhecida. Por isso, alguns “pregadores” são apenas “pregadores” andando soltos como nômades pelas igrejas afora para assim evitarem e “embarreirarem” todo aquele que lhes pretenda conhecer sua vida no que for útil, cabido e necessário como homem público. Esses “pregadores” devem ter o conhecimento de que quando acessamos os lugares expressivos e abertos aos públicos como tribunas e púlpitos para nos dirigirmos rotineiramente a influência da pregação, nos tornamos com esta prática pessoas públicas e, portanto, fatalmente seremos em algum momento e lugar conhecidos mais pormenorizadamente. Se alguém não quer ter pormenores particulares conhecidos, logo, não deve se colocar a acessar a vida pública. Até porque a vida cristã é feita e demonstrada pela prática do exemplo – aqui entra a responsabilidade pessoal requerida pela Palavra de Deus, o falar e a prática da fala -.


Há aqui uma estreita conexão entre o tipo de pessoa que prega ou ensina, com o seu procedimento, e a pregação que este anuncia com o seu comprometimento. Os dois ingredientes da pregação estão na sua natureza – poder do Espírito Santo e plena convicção no coração aliada a uma vida de preparo. Jamais haverá pregador eficaz e pregação eficiente e poderosa se faltar um desses elementos fundamentais na prédica, pois a ausência de um deles compromete todo o trabalho de pregação e revela a negligência ou a inaptidão para compreender a sua importância e mostra o descaso, o menosprezo e a farsa impostora como as péssimas marcas de vida.


Não preciso frisar detalhadamente que esses ingredientes estão direta e intimamente relacionados com a fé mantida numa boa consciência sem a qual a pregação se manteria como uma mera arte de elocução artística tomando espaço e tempo nas tribunas e púlpitos. Nenhum santuário e alma alguma carecem de arte de elocução como marca da operação do Espírito de Deus na pregação. Enquanto em uns predomina exclusivamente a “febre ardente” pela homilética e nesta fincam-se a se fazerem doutos afiados e afinados de tal forma que congelam seus estilos de vida pessoal em linhas únicas mecanizadas de procedimentos querendo fazer com que sua pregação seja apenas apreciada e aplaudida em virtude de seus arranjos e arrojos e improvisos técnicos, não se importando com a sua parte homem como elemento integrante da prédica. Estes querem forçosamente desligar sua pregação de sua vida pessoal, e isto vai sendo revelado aos públicos com tal claridade que chega a um ponto de decisão e de confrontamento, levando-o a um momento crítico e a uma séria tomada de posição na sua vida espiritual, moral, ministerial, familiar e eclesiástica. Esses percebem que sua vida e pregação estão sempre vazias em alguma coisa e em alguma área e que se continuarem no mesmo ritmo vão naufragar nas águas do inconformismo frustrante como tantos outros soçobram. Na pregação é preciso muito mais do que conhecimentos e domínios de técnicas – é necessário todo o conjunto de vida do pregador e de sua pregação.


Em outros enraízam a ansiedade acirrada pela busca faminta de promoção de fama, de dinheiro e propagação de “prestação de serviço às igrejas e aos ministérios” de tal maneira que se extraviam e perdem o principal foco e propósito do ministério da pregação, tornando-se apenas “nomes artísticos da prédica gospel” desprovidos de originalidade e sobretudo de autoridade próprias do pregador do Evangelho da graça de Deus. Estes no princípio fazem de um tudo para não despertarem-se do sonho iludido de supostos pregadores, todavia quando pelas conjunturas da caminhada são despertados dele contra as suas próprias vontades e caprichos pessoais, percebem assustadoramente de olhos abertos o abismo resultante criado por eles mesmos entre suas realidades pessoais e a realidade do Reino de Deus. Lamentavelmente nestes meus consideráveis anos já vi o triste estado final de homens que infelizmente se enveredaram por este caminho até serem vistos e tornados em peças robóticas e folclóricas esquecidas e ultrapassadas em razão de suas próprias semeaduras.


O pregador cristão deve tratar e cuidar bem primeiramente da sua qualidade de vida cotidiana para, então, em segundo lugar fazê-lo da mesma forma com a sua pregação. O motivo principal do pregador não se direciona a ele mesmo, nem à sua pregação em si, mas às questões urgentes da salvação dos perdidos e da edificação dos salvos, e isto não é feito com palavras apenas, mas sim com a constante visão de Reino de Deus sob a aprovação de Deus sobre o seu trabalho e sua maneira de vida pessoal conjuntamente. O temor a Deus nos conduz a motivos puros e aprovados diante do Senhor e dos homens, e que O glorificam. E é exatamente este em que temos que nos resguardar ante às imensidade e diversidade da seara.


Uma das marcas mais fantasticamente impressionadora de um picareta fanfarrão é a facilidade que este possui em emitir suas muitas palavras com a capacidade de transformar a suja e feia roupagem de suas mentiras escondidas em uma limpa e bonita capa de verdades aberta – uma mágica mescla ilusória -. Um renomado e experiente pregador e mestre do passado, do qual tive a oportunidade de ouvi-lo citar certa vez, disse a frase “não se pode ser um fanfarrão e um pregador, pois a transformação de um fanfarrão para um pregador é uma dolorosa e extremamente difícil metamorfose”.


A auto-disciplina e a autêntica seriedade para com o ministério da pregação não são valores instantâneos em esforços automáticos adquiridos de um dia para a noite – isto leva anos produzindo frutos de maturidade. Estes valores são demorados a ganharem firmeza e têm sido negligenciados por uma multidão de pregadores, principalmente os que surgem afoitos e acesos no raiar da alva e por lhes faltarem a vivência e a experiência basilares, logo recolhem apagados e reclusos no escurecer da noite. O ímpeto precipitado e a infantilidade improdutiva os impulsionam afoitamente atraídos pelo desejo puramente humano de estarem discursando na frente de uma multidão de pessoas como sendo isto o seu fim único de satisfação do ego, levando-lhes a falarem coisas impensadas, mal-concebidas e irresponsáveis sobre si sem ter a justa e clara visão auto-crítica sobre si mesmos e sobre o que realmente são e precisam para sê-lo como pregadores de fato.


E desprezando os requisitos exigidos para uma efetiva caminhada de pregação, cerram seus olhos e tampam seus ouvidos aos conselhos e exemplos extremamente úteis dos pregadores experientes e dos veteranos muito mais experientes, e lançam-se prematuramente no campo de peleja sem perceberem com mais consciência e discernimento que estão na verdade no meio de uma batalha espiritual real e verdadeira e que nesta eles são alvos claros e bem definidos do adversário, e que por esta razão devem cada vez, como todos os pregadores eficazes, adestrarem-se e permitirem ser discipulados e disciplinados e adestrados para a ferrenha e continuada guerra.


Como eu dissera antes em um dos meus artigos publicado no apreciado e respeitado jornal evangélico de maior circulação – O Mensageiro da Paz, da nossa querida e amada Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), edição de outubro do ano passado intitulado “Pregadores ou meros faladores da Palavra” – que nenhum pregador está pronto e devidamente preparado para o ministério da pregação com menos de quinze anos no adestramento e dedicação constantes. É preciso ter mais do que apenas tempo, idade e estudos -. E como disse mais recentemente um dentre os que foram meus honrados e venerandos mestres, pregador e ensinador experiente e veterano do qual tive o privilégio de apreender e reter boas e importantes lições reflexivas na antiga AD de São Cristovão-RJ, o querido e amado Pastor Geziel Gomes, um grande exemplo incentivador e encorajador para aquela geração de jovens alunos dos princípios dos anos 80 na qual Deus foi absolutamente gracioso para comigo em me permitir ser dela participante – disse ele “Deus precisa de pelo menos vinte anos para nos tornar adestrados para a batalha. É preciso paciência e perseverança de nossa parte para que Deus nos faça adestrados para a batalha”. (lembro-me fervorosamente desta ilustre citação feita no 25º Aniversário dos GMUH, Camboriú-SC).


São anos de perseverante dedicação, renúncias pessoais e livre entrega às experiências de vida, à chamada e vocação, sacrificando muitas vezes outros momentos e ocupações para com a família, parentes e amigos. É relativamente fácil para uma pessoa imprudente e desordenada abandonar a vida de comunhão de suas igrejas sob as muitas desculpas pessoais particulares e sair pelas igrejas dizendo-se ser um pregador.


Um outro bom e honrado mestre ensinador, um abnegado e sincero servo de Deus, professor de seminário teológico na antiga AD de São Cristovão-RJ, hoje promovido à glória, o saudoso Pastor Milton Barros, na sua simplicidade e simpatia frisava enfaticamente aos mais jovens que “não precisamos sair pelo mundo afora dizendo e levantando propagandas que somos pregadores, porque pregador que é pregador leva a marca de ganhar almas e evangelizar dentro do seu coração pacientemente e aproveitando as oportunidades que tiver”.


É possível que o neo-converso e os ainda “meninos” afirmem de forma contraproducente que não se precisa de tantos anos, mas a realidade histórica dos fatos sempre revelou que quando estes bem não deixam surgir o primeiro “espinho” dolorido e incômodo decorrente da caminhada e das aflições da vida cristã, saem pelas igrejas movidos pelo afã de propagarem ser “pregadores”. Em parte esses neófitos encontram o falso abrigo em meios também neófitos, meios caídos da graça e fragilizados, meios levados pela desordem e instabilidade pelos ventos estranhos e meios pouco ou quase nada comprometidos com a seriedade e solidez do ensinamento bíblico e dos cuidados eclesiásticos trabalhosos diretos para com aqueles que pertencem efetivamente aos seus círculos. Deve-se pregar a Palavra de Deus a tempo e fora de tempo, e importa que ela seja pregada por quaisquer pessoas e meios, entretanto jamais devemos fechar nossos olhos para o resultado final de quem e do meio pelos quais a Palavra é pregada. 


Falar destas coisas a imaturos e neófitos imprudentes e precipitados, afoitos e inconseqüentes seria uma possível e lastimável perda de tempo e naturalmente nenhum fruto apreciável poderia esperar deles, mas bem que poderiam aproveitá-las agradecidamente para com a glória de Deus. Todavia transmiti-las a sábios e perseverantes, aprendizes e cuidadosos me conforta inestimavelmente por visualizar os frutos que possam advir, haja vista que devemos “ensinar ao sábio e este se fará mais sábio ainda”. E é neste espírito que este provérbio escriturístico se faz uma divisa de todo pregador ou ensinador cristão.


Tenho ouvido de vários ouvintes e em vários lugares que sujeitos estão subindo às tribunas e acessando os púlpitos, e sendo a eles permitido apresentarem-se como pregadores cristãos, quando na verdade os públicos param para ouvi-los, vêem diante de si pessoas absolutamente carentes de preparação e testemunho pessoal que nosso tempo requer e exige, pessoas desconhecedoras do próprio texto sagrado com o qual lida para que norteie a suas prédicas, completamente alheias e à beira da ignorância dos princípios bíblicos e dos rudimentos eclesiásticos, demonstrando profundas deficiências no exercício do ministério da pregação, produzindo péssimas marcas nesta e para as futuras gerações. “Pregadores” pautados “no embrulha e manda”, preparando “enlatados instantâneos mal-temperados” para entregarem aos rebanhos do Senhor em resultado de uma vida imprudente e improdutiva. “Pregadores” que estão levantando-se a cada dia com sermões frutos de interpretações fantasiosas e alegóricas particulares e sem mensagem de Deus e limitados apenas à passagem bíblica lida, deixando o público a entender que se sair do que está tentando “apresentar” é derrocada certa e fatal no abismo da ignorância e do descaso. Muitas vezes temos na verdade visto os públicos serem levados forçosamente a engolirem “extratos de palhas secas esquematicamente bem divididas e com cobertura atraente de princípios bíblicos fatiadamente enxertados” e quando muito postos em “pratos enfeitados pela relativa facilidade artística de expressão oral e de “presença de palco”.


Dou graças ao Eterno Deus pelos mestres pregadores experientes e veteranos que entregaram e dispuseram os anos de suas preciosas vidas com visão de Reino de Deus para honestamente ensinarem a outros a darem continuação aos seus trabalhos. Por um lado sentimos imensamente a falta do companheirismo e da conversa salutar e edificante de alguns já recolhidos a estarem juntos com o Senhor, e por outro sinto-me alegre e profundamente grato a Deus pelos outros que na força do Senhor estão ousada e corajosamente militando em nosso tempo sob o poder e a graça inspiradores do Espírito Santo, e destes não podemos de forma alguma esquecê-los nem muito menos menosprezá-los sob pena de desprezando isto vir a termos gerações futuras de apenas faladores artistas e folclóricos, e não de pregadores. Gerações perdidas sem marco e sem rumo orientadores navegando nos mares revoltos que cada vez mais já se despontam em suas altas vagas espumantes e tenebrosas do relativismo, do culturalismo, da superficialidade e da artificialidade coroadas pela hipocrisia da aparência que a cada dia buscam tragar aqueles que por viverem divorciados do companheirismo com Deus firmam-se em “muletas e bengalas” do conformismo frio aquecido apenas eventualmente pelo calor do emocionalismo festeiro que alegra as circunstancialidades.


Daqueles honrados e eficientes marcos antigos porém tão novos quanto são nossos renovos, poderia nominalmente citar os muitos nomes, alguns com os quais tive o privilégio impar e gracioso de Deus em tê-los de perto ora em salas de aula, ora auxiliando os seus trabalhos em campanhas e cruzadas evangelísticas na cidade do Rio de Janeiro, porquanto fazem jus à elevada estima em distingui-los mencionadamente por suas histórias de dedicação à pregação e ao ensino cristãos em nossa pátria, entretanto vejo em melhor via o permitir que os caros leitores e companheiros os tragam às suas lembranças com mais elogiosa liberdade e pronto exercício de boa memória.


Uma das coisas mais importantes a considerar é o servir ao Senhor em nosso tempo, haja vista que o nosso Deus prepara e levanta homens para O servirem em seus tempos. E neste tempo em que estamos servindo ao Senhor militando na pregação e no ensino da Palavra de Deus, surge uma urgência premente de reciclagem e revisão de conceitos na pregação e no ensino cristão aos novos pregadores que são levantados por Deus para efetiva e ativamente trabalharem na Sua seara.


Nesta primeira parte que ora inicio uma sequência de artigos, não estou de forma alguma me referindo às abordagens da pregação – se seja contemporânea ou extemporânea, se seja com anotações ou sem notas, se seja acompanhada pelos recursos da ilustração visual ou pelas diversas metodologias enriquecedoras da exposição oral. Vejo que um dos fatores que mais necessitam uma multidão de pregadores atualmente não se trata de abordagens nem de metodologias. A urgência premente de nosso tempo não está concentrada na pregação nos seus tipos e métodos – está focalizada primeiramente na pessoa do pregador, no homem e não nos métodos, porquanto as conjunturas deste nosso tempo parecem estar levando, arrastando e influenciando uma multidão de pregadores a se tornarem extrema e patentemente mecânica e automática. Para muitos a jornada de compromissos agendados assume um volume quase não gerenciado a ponto de tornar muitos, e não poucos, pregadores assistencialmente mecânicos e propositadamente automáticos, levando-os à superficialidade em sua vida e pessoa de pregador e para com a sua obra e trabalho de pregação.


Portanto, não basta que uma pessoa que se ache chamada e vocacionada para a pregação queira na sua visão unilateral apenas aplicar os princípios do discurso público na pregação religiosa e “achar” que toda a atividade de pregação encontra seu sucesso nessa ação. É patente que a pregação envolve comunicação, mas também é claro que é comprometida com a verdade, tendo esta em sua natureza, característica e essência no seu cerne. É esta verdade que através da comunicação e da vida do pregador vai ao encontro das necessidades de todos aqueles que a ouvirem. Não é a “estrela artística” que entra em cena, e sim, porém, o homem de Deus pregador da sublime graça de Deus.


Vale por este momento me posicionar apologeticamente, não e jamais como protesto porque reconheço estar muito ocupado realizando uma grande obra inigualavelmente significativa e não poderia deixá-la de lado para descer e ocupar-me em lançar protesto – acredito piamente que não fui chamado e vocacionado para isto – deixemos, pois, protestos para quem se detém a essa arte de criar e levantar protestos. Todavia o aconselhamento bíblico nos recomenda e impele a lembrar que devemos ensinar o sábio e este se tornará mais sábio ainda, e não um alvo de vergonha e desprezo, tornando-se “insípido e pronto para ser lançado fora e pisado pelos homens”. Num posicionamento ético, é preciso que nós pregadores zelemos pelo ministério da pregação e influenciemos a outros a se fazerem respeitados se desejam e esperam ser percebidos e recebidos verdadeiramente na condição de pregadores, e não na de desconhecidos “pacotes embrulhados sob encomenda via telefone ou internet” com um plágio frio em fase de congelamento copiado – um picareta prontamente ensaiado e preparado para apresentar picaretagem.


Nesta primeira parte, ative-me em comentar especialmente sobre a pessoa e vida do pregador. Agora, feito isto, quando alguém surgir dizendo-se ser um “pregador”, para evitar sofrer engano, lembre-se generosamente deste artigo, inicialmente nesta primeira parte, e busque identificá-lo se trata-se de pregação ou picaretagem.
Na segunda parte deste comentário, estarei lhes tratando especial e especificamente sobre a mensagem da pregação. Até lá e permitindo Deus aqui estamos rogando a Sua imensa graça, o Seu terno amor e a doce comunhão do Seu Espírito para realizarmos esta tão grande obra confiada a nós neste tempo.
PbGS

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