Fatos
que não podemos esquecer.
Entenda
e reflita.
Hoje a História está
registrando os passos do primeiro Papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice católico não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro Papa jesuíta da história. Ele pertence à Companhia de Jesus,
ou Ordem dos Jesuítas.
Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por
Inácio de Loiola. A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar
o avanço do protestantismo no mundo. Portanto, esta ordem religiosa foi criada
no contexto da Contra-Reforma Católica. Sua suprema meta foi a de impedir o
avanço do crescimento protestante.
A Companhia de Jesus teve atuação de
destaque na Reforma Católica, em parte devido à sua
estrutura relativamente livre (sem os requerimentos da vida na comunidade nem
do ofício sagrado), o que lhes permitiu uma certa flexibilidade de ação.
E para a
consecução de sua meta de trabalho, os jesuítas tiveram como objetivos correntes
os de:
1 - Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI,
principalmente à América;
2 - - Catequizar os índios americanos,
transmitindo-lhes as línguas portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a
religião católica;
3 - Difundir o catolicismo na Índia, China
e África, a fim de evitar o avanço do protestantismo nessas regiões;
4 - Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.
Por aí, já podemos entender o que o papado
pretendia silenciosamente alcançar através de um trabalho com implementação de políticas
de relacionamentos que a princípio se adeque e se molde a qualquer pessoa e
região, e também de trabalho
conjuntamente cooperativado dentro das diversas camadas, independente dos
níveis e condições onde elas estão.
No século XVI,
vieram ao Brasil os seguintes jesuítas: Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de
Anchieta e Padre Antônio Vieira. Destes, um pode ser destacado como muito
influente na capacidade e na habilidade oratória, cujas homilias e obras a
respeito de sermões têm sido veneradas por diversos estudiosos de nossa época. A
característica das homilias (sermões) dos jesuítas é marcada pela intrepidez
dinâmica na fluência e na colocação das palavras e idéias concatenadas no uso
da oratória sacra.
A Companhia de
Jesus (os jesuítas) teve como os seus primeiros fundamentos o desenvolver
trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém,
ou ir aonde o Papa os enviar, sem questionar. Nesta ocasião fizeram os votos de pobreza e castidade.
Veneração total e completa ao celibato e reprovação total e intolerante aos
pecados sexuais, à luxúria e a todo ato de injustiça social.
Inácio de Loyola escreveu as constituições jesuítas,
adotadas em 1554, que deram origem a
uma organização rigidamente disciplinada, enfatizando a absoluta abnegação e a
obediência ao Papa e aos superiores hierárquicos (perinde ac cadaver,
"disciplinado como um cadáver", nas palavras de Inácio). O seu grande
princípio tornou-se o lema dos jesuítas: "Ad maiorem Dei
gloriam" ("Para a maior glória de Deus").
Os jesuítas devotaram-se
inicialmente a pregar e a realizarem obras de caridade na Itália. A guerra
reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os turcos seljuk,
tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável. Para levar à frente a
missão, o jesuíta Inácio de Loyola foi escolhido para servir como primeiro superior geral. Enviou os seus companheiros e missionários para vários países
europeus, com o fim de criar escolas, liceus e seminários.
A Companhia possui
casas de professos, colégios, residências e missões. O vestuário dos jesuítas depende
do lugar onde moram, não têm hábito próprio. Não há a obrigação do ofício de
côro. Após quinze anos de vida religiosa proferem os últimos votos; devem
passar dois anos de noviciado, três de filosofia, alguns de magistério, quatro
de teologia, e um segundo noviciado que é chamado de terceiro ano de aprovação.
E como em todas as ordens religiosas da Igreja Católica, os jesuítas
também têm a prática do retiro espiritual, mas de modo especial praticam os exercícios espirituais de Santo Inácio.
Os jesuítas fazem votos de obediência total à doutrina da Igreja
Católica, tendo Inácio de Loyola o declarado:
“Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da
igreja assim o tiver determinado.”
Vale lembrar que em
algumas cidades alemãs os jesuítas tiveram relevante papel. Algumas cidades, como
Munique e Bona, por exemplo, que inicialmente tiveram simpatia por Lutero, ao
final permaneceram como bastiões católicos - em grande parte, sob o favor do
empenho e vigor apostólico de padres jesuítas.
As missões
jesuítas na América Latina foram
controversas na Europa,
especialmente na Espanha e em Portugal,
onde eram vistas como interferência na ação dos reinos governantes. Os jesuítas
opuseram-se várias vezes à escravidão
indígena. Tiveram conflitos com objetivos governamentais em algumas regiões.
Eles fundaram uma
série de aldeamentos missionários chamados missões ou misiones no sul do Brasil, ou ainda reducciones, no Paraguai - organizados de acordo com o ideal
católico, que, mais tarde, acabaram sendo destruídos por espanhóis, e
principalmente por portugueses, à cata de escravos.
As missões na
América do Sul eram unidades de produção autossuficientes, com relação de
produção do tipo feudal. Cada família cultivava em regime de posse individual e
coletiva porções de terra. A retribuição era sempre representada por produtos,
realizados coletivamente (tupambaé, "parte de Deus") ou nas
terras de posse familiar (abambaé,"parte das pessoas"). O que
era reservado à reprodução do sistema econômico, ou comércio, constituía tabambaé ou "parte da aldeia". Havia
um cabido rudimentar, presidido por um corregedor indígena eleito pela
comunidade. A ideologia religiosa era católica.
As tendências
anticristãs do século XVIII dirigiram contra a Congregação dos Jesuítas grandes
combates, por julgá-la o mais forte baluarte da Santa Sé.
A par de algumas queixas políticas mais ou menos fundadas, a Companhia
suscitava ódios em razão da bem sucedida luta contra os jansenistas;
oposição ao galicanismo e a consequente adesão do Papa.
Além disto, os
jesuítas tinham posição destacada nas côrtes como professores, pregadores e
confessores e um certo predomínio científico manifestado tanto nos colégios
como nas publicações.
Acima das
inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de
inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem). As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritos malabares e
chineses são os exemplos mais significativos.
A atividade
educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do
ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus Colégios. Após a morte
de Inácio, o número de colégios jesuítas elevou-se. A experiência pedagógica
dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a
"Ratio Studiorum" (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral
do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.
Desejando levar a
fé católica a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais
diversas ciências e artes. Desenvolveram a doutrina da origem popular do poder.
Destacaram-se muitos nas artes, combinando o estilo barroco da época com um
estilo mais funcional.
O lema da nova congregação é "defender e proteger a fé", visando-se o progresso espiritual dos
fiéis. Para isso acentua-se o apostolado sacerdotal, caracterizado por uma
grande mobilidade e capacidade de adaptação dos seus membros às contingências
do mundo exterior.
Para além dos seus três votos solenes (pobreza, castidde e
obediência, alguns jesuítas pronunciam um quarto, o de obediência especial ao Papa
como chefe da Igreja Romana e vigário de Cristo.
Com uma hierarquia centralizadora, a Ordem é governada por um preposto geral (cargo máximo dos jesuítas), eleito pela Congregação Geral, única e plena autoridade legislativa. A estrutura da Companhia é composta por coadjutores espirituais e professor.
A Companhia consegue também delinear uma
espiritualidade própria, com a contemplação no mesmo plano que a meditação, a par do exame de consciência. Criam-se, ao ao mesmo tempo, por toda a Europa e Índia, estabelecimentos pedagógicos da Ordem,
gratuitos no início, direcionados quer para a formação do clero, quer para a educação
e apostolado dos jovens.
Os jesuítas enraizaram um Cristianismo adaptado às tradições e cultura locais, experiência lúcida que, contudo
originou algumas discussões na ordem religiosa.
O seu projeto e métodos de educação e ensino dominavam quase todo o ensino normal em Portugal. Combatiam também as heresias e os cristãos-novos, aliando-se a princípio à Inquisição e
ao clero secular. Atingiram grande poderio e riqueza.
Agora, já podemos ter delineada alguma idéia de fatos que não podemos esquecer. Precisamos entender algumas razões das coisas e nos ater a observar e refletir.
PbGS
FONTES:
1. Wikipedia.org.
2. CÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos da História Eclesiástica. Editora Vozes.
3. SUNG, Jung
Mo. Economics and Theology, Reflections on the
Market, Globalization and the Kingdom
of God.
4. ZULEHNER, Paul M. On the
Social Positioning of the Christian Churches Before and After Communism in Central and Eastern Europe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem-vindo ao Kerigmatikos ou Didatikos !
Welcome! Willkommen! Bienvenido!
EvGS - Ev. Glauko Santos