sábado, 10 de agosto de 2013
DISTRAIR OU EDIFICAR?
DISTRAIR OU
EDIFICAR?
Qual destes está
governando a sua obra?
Edificação é um verbete cujo sentido parece haver saído do foco
de boa parte dos filhos da casa do Pai. Edificação anda de significado menosprezado
por boa parte de gente em não poucos arraiais dos filhos da casa de Deus. Essa
realidade tem sido tão percebida quanto vivenciada está. Notoriamente, boa parte dos filhos do Reino anda
um tanto fria e apática do foco da edificação espiritual.
Uma das palavras mais preciosas do Cristianismo é EDIFICAÇÃO.
Edificação possui o sentido básico da ação de edificar, de construir. E na
Bíblia Sagrada esse verbete e seus correlatos aparecem cerca de 370 vezes ao
todo no hebraico bíblico do Antigo Testamento, e em mais de 70 vezes ao todo no
original grego do Novo Testamento.
No âmbito veterotestamentário possui seu sentido literal, ainda
que por vezes aponte figuradamente para coisas do futuro. E no neotestamentário
sua aplicação tem o maior significado na linguagem metafórica aplicada à pessoa
do cristão diretamente.
Biblicamente, edificar significa muito mais do que construir,
levantar, erguer. Em relação ao ser humano, edificar significa construir o interior
de uma pessoa baseado em coisas sólidas, trabalhando nela com o propósito de
que se torne cada vez mais desenvolvida saudavelmente nos valores gerais.
É contribuir para o aprimoramento dos princípios e valores
gerais de uma pessoa. É promover seguramente o aumento na sabedoria, no afeto,
na graça, na virtude, na santidade, no ânimo e no desenvolvimento espiritual do
cristão. Notemos, portanto, que edificar envolve um peso de tamanha responsabilidade
sentido no presente, mas percebidos seus resultados somente no futuro.
A meta em busca da estatura dos filhos de Deus é trabalhada
cotidianamente através das coisas conduzidas de tal maneira que promovam
edificação. Um dos propósitos para o fortalecimento das convicções cristãs e
das capacidades de exercer os ministérios cristãos e de vencer os combates da
vida cristã é o da edificação.
Quando não se visa realmente edificar, ou não se sabe se o que
realiza está edificando, os resultados conseqüentes serão vidas açoitadas,
desequilibradas e desestabilizadas nos ventos da inconstância, da insegurança e
das insatisfações. Vidas mergulhadas no mar da artificialidade. Por vezes
banhando-se nas praias da superficialidade confortável e resumida dentro de
seus círculos. Outras soçobradas na inconsistência, apoiando-se em fatores
contingenciais volúveis, momentâneos, voláteis e movíveis. Na verdade, quando
não se edifica, se destrói ou coopera para desastres e desmantelos espirituais.
Parece estar sendo levantada mais gente embalada em busca de
euforias transitórias na procura de viver e aproveitar momentos e satisfações do
que sendo realmente conduzida na direção da edificação. Edificar é área cujas
estradas levam a quem nelas trafega para coisas consistentes, perenes, duráveis
e relevantes. Edificar não são promoções que atendem e aludem a momentos. Edificar
é trabalhar com esforços conscientes a fim de que vidas sejam preparadas,
entendidas e/ou aperfeiçoadas nas coisas do Céu enquanto caminham na marcha aqui
na Terra.
Por outro lado, deparamos com a distração. Distrair parece estar
sendo uma palavra-chave hipervalorizada neste século. Forças e tendências aleatórias
e alheias estão tentando distrair os servos do Senhor Jesus. Gerar e fustigar
entretenimento no seio do povo de Deus tem sido uma das artimanhas do inferno, objetivando
roubar-lhe ou desviá-lo do foco de sobre o que lhe está proposto ser e realizar
na militância de sua missão.
E lamentamos que por ignorância, ou estranhos temores, ou
discernimento deficiente, ou ainda outros fatores não confessados, tantos
filhos do Reino têm deliberadamente cedido aos trâmites da distração. Não se
surpreenda, mas até mesmo algumas gentes influentes e expressivas vêm sendo atraídas
pelas temporadas e carrosséis da distração e tragadas pelas correntezas dela.
A distração é perita no emprego da ferramenta chamada
substituição. Substituir, trocar, permutar, têm sido a sutil estratégia do
inferno em ações lentas e ofensivas contra o trabalho de edificar. O inferno
jamais cooperaria com algum mecanismo de progressão, de edificação, dos servos
do Senhor Jesus. Historicamente, a distração jamais causou progresso e edificação
nos filhos da casa do Pai. Muito pelo contrário, ela incita e seduz para a
perda da identidade cristã.
Distrair é um verbete que também está presente nas páginas
sagradas do Livro de Deus. Entretanto sua ocorrência é rara e sua presença nem
sempre é claramente percebida à primeira vista. E através de ações semelhantes,
ou por analogia e citações metafóricas, é que identificamos a existência e
presença da distração em alguns fatos bíblicos.
Distrair é uma palavra que tem sua origem no latim, e significa
puxar em diferentes sentidos, rasgar, tornar desatento, fazer esquecer, chamar
a atenção de alguém para outro ponto ou objeto, ficar alheio, descuidar-se,
fazer descuidado, entreter, divertir, desviar a atenção.
Distrair o povo do santuário é uma fantasia inconseqüente e
desastrosa, cujos resultados o mais que fazem é produzir pessoas biblicamente
anorexas, espiritualmente debilitadas, céticas e descrentes a cultuarem um Deus
a quem não se interessam de fato a conhece-lO, servi-lO e nEle se deleitarem a
ponto de se fazerem profundas na adoração e na devoção a Deus.
A distração tem levado gentes em alguns arraiais cristãos a
criarem e/ou louvarem o que não sabem dos significados e implicações do que
estão compondo ou cantando. A distração tem visado, alimentado e afogueado nas
ondas sonoras da harmonia de acordes apenas o calor das relações horizontais e
lamentavelmente afastado corações das chamas e chamada renovadoras ao
relacionamento vertical.
A distração tem impelido corações que acessam os púlpitos à ilusória
produção e entrega de mensagens rasas, superficiais, sem cheiro de
autenticidade bíblica, desconexas dos sentidos reais e propósitos das perícopes
dos textos sagrados, e sem perfume de esforço e sacrifício. Lamentavelmente a
pregação em alguns arraiais tem sido vista apenas como ponto de interesses, de
obrigatoriedade e de oportunidades de espetáculos fantasiosos divorciados do
favor da mão do Eterno. Enfim uma estranha “unção” infrutífera e interesseira.
A distração tem afugentado almas de apreciarem testemunhos
pessoais dos feitos de Deus em
vidas. A distração tem forçado substituir a simplicidade dos
testemunhos pessoais e em seu lugar apresentar contos espetaculares do império
do materialismo. A terrível arte da distração tem nutrido e assentado o
desinteresse e a incredulidade em corações dos santuários a respeito de
testemunhos pessoais.
Testemunhos pessoais que evidenciam o agir de Deus em situações
incomuns na vida de alguém edificam, entretanto sua simplicidade parece ter caído
em desuso em alguns arraiais dos servos do Senhor Jesus. Em contrapartida, a
hipocrisia e a superficialidade de lentes embaçadas aplaudem mais a presença do
níquel de Mamom e dos títulos de cezares do que a intervenção divina
poderosamente sobre as coisas e ações das ciências dos homens.
Diante de tudo isso, que se prefere para realizar? Distrair as
almas ou edificar as vidas? Qual destas faz parte dos propósitos da vida cristã
no Reino de Deus? Distrai-se os rebanhos ou continuam-se os esforços dedicados
a de fato e em verdade edificá-los? Que mais vale, premeditar a provocação de
inchaços nas almas ou trabalhar com esforço e dedicação mister a nutrir vidas
espiritualmente como nos propõe o Mestre para os filhos do Reino?
Não nos deixemos, pois, ser inchados pelas vanglórias da
distração. Elas são como fogo em palha seca. Na mesma força que se levanta
também na mesma intensidade velozmente cai e é abafada pelas próprias cinzas.
Que nosso alvo seja sempre o de edificar, e para tanto devemos aplicar de forma
espiritual e inteligente as ferramentas nos disponibilizadas pelo Senhor.
Que edificar seja o propósito que governe a obra que cada um de
nós realiza no Reino de Deus.
PbGS
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