quarta-feira, 29 de julho de 2015
A ILUSÃO DA SOBERBA
O VIRUS DA SOBERBA
Uma virose que ilude corações
e destroça vidas
Na Bíblia Sagrada escrito está que a soberba precede a ruína e o
espírito altivo vem antes da queda. Na Bíblia Sagrada está a palavra “soberba”
que traduz a dos textos originais, a saber: “huperephanos”, cujo sentido bíblico é “mostrar-se a si mesmo acima
dos outros”, “querer aparecer ou se manifestar muito acima dos demais”. Soberba
possui estreita ligação com o desdenho, a arrogância, a altivez, o orgulho (não
gabardia). Nunca devemos confundir a soberba e o orgulho com a gabardia. A
soberba estraga e desafora e avilta a gabardia. Toda soberba é um mal sinal indicador
da presença de excessos, imoderação, inchação.
A soberba é uma ferramenta terrível que se reveste de cores
variadas e se lança de modos diferentes. A soberba chega a vestir roupas da
falsa humildade para se passar como se na verdade humildade fosse. Ela tem a
força de se ocultar por trás de nomes, rótulos, empreendimentos, projetos,
planos, gestos e falas. A soberba é como um prato que somente aparece do meio
da festa para frente. A soberba sempre lampeja indicativos para dar mostras que
o final da festa está chegando.
A soberba é um dos fatores com os quais pessoas têm se
complicado ao longo da história humana. Gentes de todas as camadas sociais já
passaram por algum inchaço da soberba. Felizes são as que saem dela sem
arranhões e sem haverem sido sequeladas por ela. A soberba atrai o ódio e se
assemelha a um animal perigoso cuja mordida provoca feridas profundas. Nunca se
confunda entre soberba e autoridade, e entre arrogância e ímpeto. São fatores
diferentes, todavia um pode abrigar o outro ou serem interpretados
tortuosamente.
A soberba é um dos elementos que por vezes se coloca como causa,
mas também assume posição de efeito. Fama, prestígio e poder são três elementos
com os quais nem todo homem sabe lidar e equacionar os vieses de cada um deles.
A soberba tem derrubado não poucas pessoas. Reis e monarcas foram sentenciados
por ela, e em função da mesma tiveram perdas sobre perdas. A soberba entrou no anjo Lúcifer. Deixou um exemplo que o tornou em Satanás. Por causa da
soberba, aquele que brilhava tornou-se trevas. Aquele que somava tornou-se um
divisor. Aquele que convivia em harmonia tornou-se um inimigo em si mesmo. Um
exemplo resultante da soberba a ser visto por todos os mortais.
Apesar de todos os exemplos e fatos, a síndrome de Lúcifer, continua
encontrando guarida em não poucos corações. Os anos se passam, e aqui e ali e
acolá vezes por outras surgem pobres corações contaminados pelo vírus da
soberba. A soberba tem descarrilado não poucas vidas. Já destruiu elos da
comunhão. Por causa de soberbas,
profetas, escribas, apóstolos e discípulos já foram feitos vítimas
delas. Hoje continua vitimando pessoas do altar. Pregadores e cantores que um
dia já foram servos, hoje vitimados pelo vírus da soberba se tornaram senhores
opulentos pelos inchaços dela.
A humildade e a predisposição para ela existe. E nunca
terminemos de acreditar na existência da humildade, mesmo quando a falsa regra
tenta ditar que a soberba faz parte da normalidade e nunca cai de moda. Nenhum
espetáculo da soberba se sustém de pé e tampouco vai muito longe, posto que
cedo ou aparentemente tarde a própria soberba corroerá o fio do equilíbrio ou
desarticulará os mosquetões do picadeiro dela mesma. Sem que se perceba,
silenciosa e progressivamente a soberba abate e faz o soberbo despencar do
espetáculo.
A soberba manifesta numa vida jovem é bem mais fácil de ser
perdoada e corrigida do que quando se instala num coração maduro. Aquela porque poucas quedas
tiveram que a entalhasse cortes e esta porque pelo tempo de experiências e
vivências já deveria ser mestra em fugir dela por conhecer as dores de seus
cortes. A soberba trai a pessoa do soberbo pela sua própria altivez e o prende
em malhas da rede de demagogias. Quase sempre os soberbos são amantes da falsa
coragem e da demagogia.
Os males do ufanismo e do gigantismo da soberba têm causado
desperdícios e prejuízos em tribunas e púlpitos. Assim como feito danos em não
poucos corações entre públicos. E quando a ignorância menospreza conselhos
sábios e despreza as linhas bíblicas, mais as cópias da soberba se reproduzem
nutrindo a mediocridade. Todo soberbo possui coração litigioso e espírito
contendor. Da queda da soberba, dificilmente o soberbo sai ileso do poço dela e
mais difícil ainda se levanta sozinho do fosso de vergonha que o abrigou nela.
A Bíblia Sagrada ainda está dizendo e aconselhando, instruindo e
orientando, batendo e enfatizando, a que nenhum homem seja soberbo. Todo
soberbo enquanto no seu auge cria e abre caminhos desaforados enquanto com isto
fecha portas da compaixão e cerra portões para a misericórdia. Quem nunca
enxerga os perigos da soberba é o próprio soberbo enquanto exaltado pela
altivez dela.
Soberbos se contentam com escudos de cobre e desmerecem o alto
valor e significado de escudos de ouro. Para o soberbo, tanto faz o brilho de
um como o reluzir do outro. Para o soberbo, a diferença das coisas está apenas
no campo seletivo interesseiro dele. O soberbo apenas visa tronos, status e
posição, e as demais coisas somente se essas convergirem para o seu campo de
interesse pessoal que contente e satisfaça a si. Ao soberbo o que mais importa
é que haja brilho imediato diante de si.
Alguns antes de se tornarem soberbos começam nas profundezas da
lama. Outros começam sobre tamancos alheios. E do meio para o fim sempre ambos buscam
estar nos píncaros da altivez arrogante e sempre desconhecem aqueles que lhes
emprestaram tamancos enquanto nos seus dias calçados com sandálias da falsa
humildade e das aparências. A soberba despreza o sacerdócio alheio, denigre e
avilta a legitimidade de quem na simplicidade, no suor e em lagrimas abriram
caminhos antes dos que vêm depois.
Que nenhum de nós venha desprezar o vinho da simplicidade e se
embriagar com o mosto da soberba. Que nenhum de nós venha abandonar o azeite
perfumado da humildade e se lambuzar com a graxa fétida da soberba. A soberba
que derribou o anjo Lúcifer até hoje continua enlameando e fazendo gentes
despencar. Uma sugestão amiga: Fuja da soberba enquanto ela esteja apenas
rondando a varanda do seu orgulho e a sala da sua gabardia. Ainda prevalece e
deve predominar a simplicidade e a prudência ensinadas pelo Mestre da Galiléia.
EvGS
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