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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

TRONCOS OU RAMOS?

Troncos ou ramos?
Pensemos antes de consumar.
Disse o Senhor Jesus: "Eu sou a videira, e vós sois os ramos..." Jo 15.5-6.

A natureza é uma rica fonte bastante ilustrativa. Algumas coisas na natureza podem oferecer ensinamentos como recursos instrucionais, ou didáticos ilustrativos. Olhar para uma videira e meditar nas palavras dos versículos supracitados é perceber e compreender a verdade que o Senhor Jesus quer que saibamos e aprendamos sobre o nosso relacionamento pessoal com Ele e dEle conosco, assim como da nossa maneira de viver. Um dos assuntos que esse texto fala é da unidade em Cristo. 

Viver em unidade é uma das mais caras e raras práticas de vida. A unidade ensinada pelo Senhor Jesus não é uma utopia. Essa unidade é valor do Filho de Deus, e é jóia preciosa de cristão. Viver no aprisco do Senhor é perceber o desafio (não a impossibilidade) de se manter a unidade ensinada pelo nosso amado Mestre Jesus. Unidade requer alguns fatores relevantes. Sem estes, pode até existir a presença de ajuntamento, de reunião, de agrupamento, de mistura e de junções. Todavia sem eles, a de unidade não. Juntar gentes é relativamente fácil, posto que atenções são naturalmente despertadas por embalos de artifícios visuais e sonoros. Porém mantê-las em unidade ao longo dos anos é um desafio-mor.

Olhando com vistas humanas, dos fatores que a unidade requer, alguns deles são primordiais, a saber: a transparência; a coerência; a hombridade; a interdependência e o respeito mútuo. E olhando com visão espiritual, a operação desses fatores naturalmente requer tanto o favor da graça divina como o empenho e a sensibilidade dos esforços humanos. Em questão dessa unidade, anular a ação do Espírito nela seria uma brutalidade tola, e ignorar as ações humanas nela seria uma irracionalidade perigosa.

Ao longo dos anos, a visão do mundo secular vem forçando as portas dos santuários, oferecendo engodos ideológicos espetaculares e iscas filosóficas fantásticas que bem conflitam com a unidade ensinada pelo Mestre a nós discípulos dEle. Matar, roubar e destruir são ações nas quais o arqui-adversário é perito e destro no emprego de ferramentas para alcançar o que por milênios tem vindo forçando obter. Passam-se os anos, as suas estratégias assumem novas artimanhas, entretanto os objetivos são os mesmos.

Estranhas visões querem e influenciam a que nos vejamos incompletos, frustrados e decepcionados frente aos desafios em ter a unidade nos ensinada pelo Senhor, e venhamos a nos tornar insatisfeitos com ela tanto na sua verticalidade como na horizontalidade. Alguém anseia que venhamos perder a excelente visão fundamental de que somos ramos da videira verdadeira. Somos ramos da videira. Mas alguém está interessado a que passemos a não nos ver como ramos, mas sim como troncos, como se troncos independentes fôssemos.

A visão do mundo secular é um tanto criativa. Reconheçam-se os seus méritos em não poucas áreas humanas. Entretanto, sua aplicabilidade se faz ofensivamente contrária quando se trata da visão bíblica sobre a unidade ensinada pelo Senhor Jesus à Sua igreja. Não somos sindicato. Não somos agremiação. Não somos clube. Nossa estrutura de ramos não assimila parenterais estranhos que correm nas veias de troncos da divisibilidade movida pela sede de poder, pela fome do separatismo ressentido, soberbo e invejoso, inflamado pelas terríveis chamas do partidarismo.

O tronco pode existir e viver sem ramos. Todavia dificilmente os ramos subsistem e sobrevivem por si, sem a seiva do caule. Separe-se do caule e logo perderá toda a capacidade de viver como cristão e de como realizar as coisas agradando a Deus como diz as Escrituras. O mais que poderá fazer é arrastar-se no tempo embromando, e seguir passos angariando e garimpando méritos e lisonjas humanos. Se tornar apenas um tronco solto.

Certamente que no futuro o Senhor Deus vai pedir contas das razões pelas quais alguém se arrasta como tronco no presente. Estamos num tempo em que as fantasias da hipocrisia, os confetes da falsa humildade e as serpentinas do desamor ganancioso estão promovendo bailes e foliões às escuras, nas penumbras e às ocultas, a fim de que não venhamos nos aperceber dos perigos da ausência de unidade, e percamos o teor e o fulgor dela e passemos a ser não mais ramos, porém troncos, falsamente declarando estar sendo ramos.

E um dos terríveis perigos é o de achar-se estar sendo aquilo que já há tempos deixou de ser e não estar sendo mais. Figurativamente falando, alguns incômodos e decepções podem instigar algumas sedes e fomes que suscitam o forte desejo tentador de ser tronco ao invés de continuar sendo ramo. Querer deixar de ser ramo para ser tronco é um efeito das investidas da antiga serpente do Éden. Não basta se autoafirmar como ramo e na realidade tentar subsistir, ou estar sobrevivendo como tronco. É uma ilusão delirante, perigosa e anestesiante. Por outro lado, também é um prejuízo incalculável o ser ramo sem frutificação.

Nem pensar em ser tronco. Bom é ser ramo. E melhor e mais sábio é o ser ramo em plena forma de frutificação. Somos ramos, e não troncos. Quantos ramos se deixaram levar pelas altas ondas do mar da ilusão e sem se aperceberem de si mesmos assumiram a natureza e a característica de troncos. Troncos isolados tendem a secar e quando não se espera eles tombam, ou são tombados pela falsa auto-suficiência, autonomia ilusória. Ser troncos é coisa afoita e impensada. O bom mesmo é sermos ramos.

Então, que permaneçamos sendo ramos frutíferos como fomos feitos para ser.
Deus seja louvado!
PbGS




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